O que é impacto femoroacetabular?
O impacto femoroacetabular (IFA) ocorre quando há um contato anormal entre o fêmur (osso da coxa) e o acetábulo (a cavidade da pelve onde a cabeça do fêmur se encaixa). Essa condição acontece porque pode existir uma proeminência óssea, ou seja, um “excesso” de osso, que gera atrito entre essas estruturas durante os movimentos do quadril.
Esse atrito anormal pode causar lesões no labrum, uma fibrocartilagem que reveste a borda do acetábulo, importante para a estabilidade e lubrificação da articulação. Se não tratado, o impacto pode evoluir para um desgaste precoce da cartilagem, levando à artrose do quadril.
Quando é indicado buscar avaliação?
O impacto femoroacetabular costuma causar dor na região da virilha, especialmente durante movimentos que envolvem flexão ou rotação interna do quadril, como:
- Entrar e sair do carro
- Amarrar os sapatos
- Praticar esportes que exigem flexibilidade e movimentos rápidos, como futebol, balé ou artes marciais
Além da dor, pode haver sensação de travamento, estalos e limitação de movimento no quadril.
Pacientes jovens e ativos, especialmente entre 20 e 40 anos, são os mais afetados, mas a condição pode ocorrer em qualquer idade. Se você apresenta esses sintomas, é importante consultar um ortopedista especialista em quadril para avaliação.
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada, que inclui:
- Consulta e anamnese para entender os sintomas e histórico.
- Exame físico com testes específicos para detectar sinais de impacto.
- Exames de imagem, como radiografias específicas do quadril e ressonância magnética, que mostram as alterações ósseas e possíveis lesões no labrum.
Esses passos permitem confirmar a presença do impacto femoroacetabular e avaliar a gravidade das lesões.
Quais são os tipos de impacto femoroacetabular?
Existem três tipos principais, que se diferenciam pela localização da proeminência óssea:
- Tipo CAME: A deformidade está na transição entre a cabeça e o colo do fêmur, comum em homens jovens.
- Tipo PINCER: O excesso ósseo está na borda do acetábulo, mais frequente em mulheres de meia-idade.
- Tipo MISTO: Combinação das duas alterações acima, o tipo mais comum.
Cada tipo pode causar impacto e lesão labral de formas específicas, mas todos podem levar à dor e à limitação funcional.
Como é o tratamento?
Nos casos iniciais, o tratamento tem foco em aliviar a dor e melhorar a função do quadril, por meio de:
- Modificação ou redução das atividades que provocam dor
- Fisioterapia para fortalecer a musculatura ao redor do quadril, melhorar a estabilidade e aumentar a mobilidade
- Uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, quando indicado
Esse tratamento pode ser eficaz para muitos pacientes, mas é importante acompanhamento regular para avaliar a evolução.
Tratamento cirúrgico
Quando o tratamento conservador não traz melhora ou há lesões significativas, a cirurgia pode ser indicada. A técnica mais utilizada é a artroscopia de quadril, um procedimento minimamente invasivo que permite:
- Remover as proeminências ósseas responsáveis pelo impacto
- Reparar ou remover lesões no labrum
- Preservar a articulação, retardando a evolução para artrose
O que você pode fazer?
Se você tem sintomas relacionados ao impacto femoroacetabular ou lesão labral, não adie a busca por avaliação especializada. Algumas atitudes podem ajudar:
- Observe a intensidade, frequência e fatores que pioram a dor
- Anote as limitações nas atividades diárias
- Procure um ortopedista especialista em quadril para avaliação e diagnóstico preciso
- Siga as orientações médicas e participe ativamente do tratamento, seja ele conservador ou cirúrgico
Cada paciente tem uma história e um quadro único. O impacto femoroacetabular e a lesão labral são condições que, quando identificadas e tratadas adequadamente, permitem a retomada da qualidade de vida, com menos dor e mais mobilidade.
Se você tem dúvidas ou sintomas que indicam problemas no quadril, agende uma consulta comigo para receber um atendimento personalizado e seguro. Cuidar da saúde do seu quadril é fundamental para manter a independência e o prazer de se movimentar.